sexta-feira, 18 de junho de 2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Amor Líquido - Zigmunt Bauman

Em seu livro, Bauman, faz um alerta sobre a fragilidade dos laços humanos que gera muita insegurança no mundo atual. Nos leva a pensar que o ser humano já não consegue mais se relacionar, nem apaixonar-se de verdade. Como as relações tornaram-se flexíveis, os relacionamentos de forma antiga se romperam, tornando as pessoas totalmente individualistas, sem laços efetivos e duradouros com ninguém. O autor menciona a questão dos vinculos afetivos familiares que atualmente estão fragilizados por conta da modernidade e do consumismo capitalista reinante no mundo. Coloca ainda a grande dificuldade que tem ou terá o ser humano para viver nesse mundo moderno sem os vinculos sociais.


sábado, 8 de maio de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Perto do Coração Selvagem


“E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer.”

“Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava que sua sede pedisse inundações. Talvez apenas alguns goles...”

“... a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais (...) Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação. É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.”

“Mesmo só em certo ponto do jogo perdia a sensação de que estava mentindo – e tinha medo de não estar presente em todos os seus pensamentos.”

“Ela morreu assim que pôde.”

“Também me surpreendo, os olhos abertos para o espelho pálido, de que haja tanta coisa em mim além do conhecido, tanta coisa sempre silenciosa.”

“Em vez de me obter com a fuga, vejo-me desamparada, jogada num cubículo sem dimensões, onde a luz e a sombra são fantasmas inquietos. No meu interior encontro o silêncio procurado. Mas dele fico tão perdida de qualquer lembrança de algum ser humano e de mim mesma, que transformo essa impressão em certeza de solidão física. Se desse um grito – imagino já sem lucidez – minha voz receberia o eco igual e indiferente das paredes da terra. Sem viver coisas eu não encontrei a vida, pois? Mas, mesmo assim na solitude branca e limitada onde caio, ainda estou presa entre montanhas fechadas. (...) Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.”

“Ainda não se cansara de existir e bastava-se tanto que às vezes, de grande felicidade, sentia a tristeza cobri-la como a sombra de um manto, deixando-a fresca e silenciosa como um entardecer. Ela nada esperava. Ela era em si, o próprio fim.”

“Um dia, depois de viver sem tédio muitos iguais, viu-se diferente de si mesma. Estava cansada. Andou de um lado para outro. Ela própria não sabia o que queria. Pôs-se a cantar baixinho, com a boca fechada. Depois cansou-se e passou a pensar em coisas. Mas não o conseguia inteiramente. Dentro de si algo tentava parar. Ficou esperando e nada vinha para ela. Vagarosamente entristeceu de uma tristeza insuficiente e por isso duplamente triste. Continuou a andar por vários dias e seus passos soavam como o cair de folhas mortas no chão. (...) Na verdade ela sempre fora duas, a que sabia ligeiramente que era e a que era mesmo, profundamente.”

“E foi tão corpo que foi puro espírito. Atravessou os acontecimentos e as horas imaterial, esgueirando-se entre eles com a leveza de um instante.”

“As coisas principais assaltavam-na em quaisquer momentos, também nos vazios, enchendo-os de significados.”

"A noite densa e escura foi cortada ao meio, separada em dois blocos negros de sono. Onde estava? Entre os dois pedaços, vendo-os – o que já dormira e o que ainda iria dormir – isolada no sem-tempo e no sem-espaço, num intervalo vazio. Esse trecho seria descontado de seus anos de vida.”

“Às vezes seus passos erravam na direção, pesavam-lhe, as pernas mal se moviam. Mas ela se empurrava, guardava-se para cair mais longe.”

“O silêncio se prolongava à espera do que pudessem dizer. Mas nenhum dos dois descobria no outro o começo de uma palavra. Fundiam-se ambos na quietude.”

"...tu és um corpo vivendo, eu sou um corpo vivendo, nada mais. (...) cada um com um corpo, empurrando-o para frente, querendo sofregamente vivê-lo."

Clarice Lispector

domingo, 11 de abril de 2010

Caio Fernando Abreu

"Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável. Você compreende, compreende, compreende e compreende cada vez mais, e o que você vai compreendendo é cada vez mais aterrorizante – então você ‘pira’. Para não ter que lidar com o horror.”

Caio Fernando Abreu

sábado, 10 de abril de 2010

Correspondências - Clarice Lispector


"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de viver qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso – nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (...) é somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias."

"Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. (...) para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos."

"Respeite a você mais do que aos outros. Respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver. (...) o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma."

Clarice Lispector

segunda-feira, 5 de abril de 2010

C.D.

Há cordas no coração que melhor seria não fazê-las vibrar.

Charles Dickens

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ACASO?

O acaso é o maior romancista do mundo...

Balzac

terça-feira, 30 de março de 2010

MADRUGADA

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite

a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes


Ferreira Gullar

segunda-feira, 29 de março de 2010

NO CORPO

De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente.


Ferreira Gullar

quinta-feira, 18 de março de 2010

Falta...

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

Clarice Lispector

terça-feira, 16 de março de 2010

Essencial

Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate.

Clarice Lispector

segunda-feira, 15 de março de 2010

Poetas da Escola

O céu é um lar

O mar é azul
e o céu é também
se unem em um
e a noite que vem.

Conforme o céu
tudo muda de cor
desenho em um papel
o detalhe da flor.

Cobre o celeiro
a luz do luar
o ar que respiro
é o ar de amar.

Vitoria Korb - 13 anos

Poetas da Escola

Meu Espaço

No meu espaço há sol e árvores,
sombra que predomina nas casas,
amigos que se divertem em todos os lugares.

Ar puro, onde se respira amizade,
flores e frutos com seus deliciosos sabores,
deliciosas comidas no jantar de sexta-feira.

Beijos, música, tudo que há de bom.
Você lá encontra harmonia,
porque o meu espaço é pura alegria.

Fernanda Kuppe - 14 anos

quinta-feira, 4 de março de 2010

Poetas da Escola

Saudade

Sinto muita saudade,
Não o encontro em lugar nenhum
e procuro até o fim da cidade,
Sem você não me sinto feliz, em lugar algum,
Com tanta saudade,
É uma flor que não floresce,
Nos conhecemos aos quatro anos de idade,
Isso me enlouquece,
Meu coração chora,
Uma margarida murcha sou
Você disse apenas que me ''adora''
Mais deve lembrar também, você já me amou,
Sento-me em um balanço com flores,
E imagino você ao meu lado, com seu sorriso,
Olho o a arco-iris e lembro que víamos as cores,
Lembro-me de você chegando com o barulho do seu riso,
quando deito-me, não consigo dormir,
Choro todas as noites,
Desde que inventou de partir.

Dantara St. O - 11 anos

quarta-feira, 3 de março de 2010

Poetas da Escola

A sinfonia do amor

O amor é um broto que desabrocha,
É um espelho no coração,
É uma festa enfeitosa,
Que muitas vezes, some na mão.


Pode ser o amor louco, apaixonado,
Dançando lentamente,
Ou paralisado,
Confuso, consequentemente,


Um quadro a ser pintado,
Que se não retocar, amarela.
Ou tão sofrido que tende a ser apagado,
Se fosse um conto de fadas, quem me dera...


Tão lindo e tão feio, recusa.
Em laços, preso, em corações,
Mais para esquecer não tem como receber ajuda.
Sólido demais, para segurar nas mãos.

Dantara St. O. - 11 anos

terça-feira, 2 de março de 2010

Poetas da Escola

Bairro dos Sentidos

O meu bairro tem muitas cores
Azul, amarelo, verde e vermelho
O meu bairro tem muitos cheiros
De flores, de frutas e do mar


No meu bairro tem um lugar
onde dá para ver o mar
E o vento que bate no rosto...
A sensação é de voar
Vendo as flores a dançar


Voltando para casa passo por uma pitangueira
Pitangas doces e maduras dá para saborear
E o dia já vai terminar
Já posso ver o luar.


Danyella Richter da Natividade - 11 anos

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A pessoa certa


A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos.

Pablo Neruda

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Poesia




Todo o homem saudável consegue ficar dois dias sem comer - sem a poesia, jamais.


Charles Baudelaire

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Canção do dia de sempre















Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...


Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...


E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...


E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.


Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.


Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!


E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

Quero apenas cinco coisas...

Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

sábado, 16 de janeiro de 2010

Guti Fraga

Esta obra faz parte da coleção Himalaia de Guti Fraga. Tive o privilégio de ser educanda desta grande artista e historiadora. Visite o espaço Guti Fraga!





















http://www.gutifraga.com.br/
http://gutifragasabedoriaantiga.blogspot.com/
http://espaco-da-criatividade.blogspot.com/

Ser ou Estar

"Faço filosofia. Ser ou estar. Não, não é ser ou não ser, essa já existe , não confundir com a minha que acabei de inventar agora. Originalíssima. Se eu sou, não estou porque para que eu seja é preciso que eu não esteja. Mas não esteja onde? Muito boa pergunta; não esteja onde. Fora de mim, é lógico. Para que eu seja assim inteira (essencial e essência) é preciso que não esteja em outro lugar senão em mim."
(Trecho do livro As Meninas, pág 179)

Lygia Fagundes Telles

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A disciplina do amor

"Estranho, sim. As pessoas ficam desconfiadas, ambíguas diante dos apaixonados. Aproximam-se deles, dizem coisas amáveis, mas guardam certa distância, não invadem o casulo imantado que envolve os amantes e que pode explodir como um terreno minado. Muita cautela ao pisar nesse terreno. Com sua disciplina indisciplinada, os amantes são seres diferentes e o ser diferente é excluído porque vira desafio, ameaça. Se o amor na sua doação absoluta os faz mais frágeis, ao mesmo tempo os protege como uma armadura. Os apaixonados voltaram ao jardim do paraíso, provaram da árvore do conhecimento e agora sabem..."


Lygia Fagundes Telles

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Além da Terra, além do Céu

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Carlos Drummond de Andrade