AUTOCONHECIMENTO, PENSAMENTO CRÍTICO, REFLEXÃO, LITERATURA, ARTE, MÚSICA, ATUALIDADES
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Renda-se!
Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Clarice Lispector
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Clarice Lispector
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Der König von Thule (O rei de Thule)
Era uma vez um rei em Thule leal até o túmulo,
A quem sua amada ao morrer,
Presenteou com um cálice de ouro.
Nada tinha mais valor para ele,
Ele o esvaziava a cada refeição;
E os seus olhos o acariciavam,
Cada vez que dele bebia.
Quando chegou sua hora,
Contou as cidades do reino,
E legou-as a seu herdeiro,
Mas o cálice, não.
Lá se quedou o velho bebendo,
Cercado de seus cavaleiros,
Sentado à mesa real
Na alta sala dos antepassados,
Do seu castelo à beira-mar.
Bebeu o seu último alento,
Atirou lá em baixo nas ondas o cálice sagrado.
E o viu cair, se encher e descer às profundezas,
Caíram-lhe as pálpebras, nunca mais bebeu uma gota!
Goethe
A quem sua amada ao morrer,
Presenteou com um cálice de ouro.
Nada tinha mais valor para ele,
Ele o esvaziava a cada refeição;
E os seus olhos o acariciavam,
Cada vez que dele bebia.
Quando chegou sua hora,
Contou as cidades do reino,
E legou-as a seu herdeiro,
Mas o cálice, não.
Lá se quedou o velho bebendo,
Cercado de seus cavaleiros,
Sentado à mesa real
Na alta sala dos antepassados,
Do seu castelo à beira-mar.
Bebeu o seu último alento,
Atirou lá em baixo nas ondas o cálice sagrado.
E o viu cair, se encher e descer às profundezas,
Caíram-lhe as pálpebras, nunca mais bebeu uma gota!
Goethe
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Balada
Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
Também por um instante nesse dia
Em que tão docemente me disseste
Que amavas 'ma mulher que o não sabia.
Amei-te muito, muito! Tão risonho
Aquele dia foi, aquela tarde!...
E morreu como morre todo o sonho
Deixando atrás de si só a saudade! ...
E na taça do amor, a ambrosia
Da quimera bebi aquele dia
A tragos bons, profundos, a cantar...
O meu sonho morreu... Que desgraçada!
....................................
E como o rei de Thule da balada
Deitei também a minha taça ao mar ...
Florbela Espanca
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Youth
Pintor Romântico norte-americano do século 19, Thomas Cole, fez essa tela em 1842. Esse quadro chama-se ‘Juventude’. O jovem está tentando com um braço alcançar o céu.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Versos
Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz, cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma…
Versos!… Sei lá! Um verso é o teu olhar,
Um verso é o teu sorriso e os de Dante
Eram o teu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!
Meus versos!… Sei eu lá também que são…
Sei lá! Sei lá!… Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez…
Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
Meus soluços de dor que andam dispersos
Por este grande amor em que não crês…
Florbela Espanca
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz, cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma…
Versos!… Sei lá! Um verso é o teu olhar,
Um verso é o teu sorriso e os de Dante
Eram o teu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!
Meus versos!… Sei eu lá também que são…
Sei lá! Sei lá!… Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez…
Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
Meus soluços de dor que andam dispersos
Por este grande amor em que não crês…
Florbela Espanca
domingo, 8 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
Pós-Modernismo, Modernidade líquida ou hipermodernismo?
Alguns autores preferem evitar o termo pós-modernidade.O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos principais popularizadores do termo Pós-Modernidade no sentido de forma póstuma da modernidade, atualmente prefere usar a expressão "modernidade líquida" - uma realidade ambígua, multiforme, na qual, como na clássica expressão marxiana, tudo o que é sólido se desmancha no ar.
O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o termo "hipermodernidade", por considerar não ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos - como o prefixo "pós" dá a entender. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são "modernos", com uma exarcebação de certas características das sociedades modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Sonhos
Ter um sonho, um sonho lindo,
Noite branda de luar,
Que se sonhasse a sorrir…
Que se sonhasse a chorar…
Ter um sonho, que nos fosse
A vida, a luz, o alento,
Que a sonhar beijasse doce
A nossa boca… um lamento…
Ser pra nós o guia, o norte,
Na vida o único trilho;
E depois ver vir a morte
Despedaçar esses laços!…
…É pior que ter um filho
Que nos morresse nos braços!
Florbela Espanca
Noite branda de luar,
Que se sonhasse a sorrir…
Que se sonhasse a chorar…
Ter um sonho, que nos fosse
A vida, a luz, o alento,
Que a sonhar beijasse doce
A nossa boca… um lamento…
Ser pra nós o guia, o norte,
Na vida o único trilho;
E depois ver vir a morte
Despedaçar esses laços!…
…É pior que ter um filho
Que nos morresse nos braços!
Florbela Espanca
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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