terça-feira, 29 de setembro de 2009

Disciplina é Liberdade!

Pode parecer estranho, mas não há nenhuma contradição. Quem tem disciplina faz o seu próprio caminho. E isso é ter liberdade. Renato Russo tinha razão!


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

domingo, 27 de setembro de 2009

Procure os seus caminhos...

...
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais é nada.


Fernando Pessoa

sábado, 26 de setembro de 2009

Enquanto não superarmos...

















Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.


Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Exausto



















Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.


Adélia Prado

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Saudade



















Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.


À noite quando em funda soledade
Minh'alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.


E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,


Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.

Augusto dos Anjos

domingo, 20 de setembro de 2009

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...


Aparentemente, nem todas as coisas que acontecem em nossas vidas fazem sentido. Principalmente quando não ocorrem como gostaríamos. Mas o sentido está sempre presente. O problema é que a maioria das pessoas não enxerga as frustrações como parte natural do processo de amadurecimento do ser humano. Não que o sofrimento me agrade ou que eu saiba lidar perfeitamente com esse sentimento, longe disso! O que estou tentando dizer é que as frustrações, as dores emocionais, são reais e não podem ser simplesmente ignoradas. Precisamos aprender a administrar tudo isso e compreender que o sentido não desaparece porque estamos sofrendo e sim porque não sabemos como lidar com as situações adversas. O mais comum é fugir, achar uma válvula de escape e não encarar a realidade. Pode funcionar por algum tempo, mas ninguém conseguirá fugir de si mesmo a vida inteira. Outra reação comum, é transferir a culpa do que está passando para outro. Porém, não devemos esquecer que as coisas só acontecem porque nós as permitimos. E se as permitimos, é porque fizeram algum sentido para nós, foram reais. E agora, talvez seja a hora de prosseguirmos levando apenas o que ficou de bom e redescobrir o sentido em uma nova etapa, em uma nova fase, em um novo ciclo. O segredo é não parar, é encarar as perdas como o fim de uma etapa e começo de outra, pois o sentido pode estar na próxima etapa. Nada disso é fácil. Mas é necessário aceitar as perdas para recomeçar! Fernando Pessoa descreveu muito bem o que estou sentindo. Espero que vocês possam tirar proveito desses ensinamentos e que prossigam, ao passo que buscam o sentido.
H.S.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Fernando Pessoa

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é! Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Amar










Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Hora da Estrela











"Pensando bem: quem não é um acaso na vida?
Quanto a mim, só me livro de ser um acaso porque escrevo, o que é um ato que é um fato.
É quando entro em contato com forças interiores minhas, encontro através de mim o vosso Deus. Para que escrevo? E eu sei? Sei não.
Sim é verdade, às vezes também penso que não sou eu, pareço pertencer a uma gálaxia longínqua de tão estranho que sou de mim.
Sou eu? Espanto-me com meu encontro."


Trecho de A hora da estrela
Clarice Lispector

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Talvez...










A esta hora branda d’amargura,
A esta hora triste em que o luar
Anda chorando, Ó minha desventura
Onde estás tu? Onde anda o teu olhar?

A noite é calma e triste… a murmurar
Anda o vento, de leve, na doçura
Ideal do aveludado ar
Onde estrelas palpitam… Noite escura

Dize-me onde ele está o meu amor,
Onde o vosso luar o vai beijar,
Onde as vossas estrelas co fulgor

Do seu brilho de fogo o vão cobrir!
Dize-me onde ele está!… Talvez a olhar
A mesma noite linda a refulgir…

Florbela Espanca

domingo, 13 de setembro de 2009

Aprendizado










Do mesmo modo
que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
Ferreira Gullar

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

TORTURA










Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Florbela Espanca

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Since feeling is first







e.e. cummings


since feeling is first
who pays any attention
to the syntax of things
will never wholly kiss you;

wholly to be a fool
while Spring is in the world

my blood approves,
and kisses are a better fate
than wisdom
lady i swear by all flowers. Don't cry
- the best gesture of my brain is less than
your eyelids' flutter which says

we are for each other; then
laugh, leaning back in my arms
for life's not a paragraph

And death i think is no parenthesis

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Doce Certeza






Florbela Espanca



Por essa vida fora hás-de adorar
Lindas mulheres, talvez; em ânsia louca,
Em infinito anseio hás de beijar
Estrelas d´ouro fulgindo em muita boca!


Hás de guardar em cofre perfumado
Cabelos d´ouro e risos de mulher,
Muito beijo d´amor apaixonado;
E não te lembrarás de mim sequer…


Hás de tecer uns sonhos delicados…
Hão de por muitos olhos magoados,
Os teus olhos de luz andar imersos!…


Mas nunca encontrarás p´la vida fora,
Amor assim como este amor que chora
Neste beijo d´amor que são meus versos!…

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

The Bluest Eye (O olho mais azul) - Toni Morrison


Cholly e Pauline Breedlove têm dois filhos: Sammy e Pecola. Seria uma típica família americana não fossem os Breedlove muito pobres e negros. A situação de marginalidade é ainda mais grave para a menina Pecola, que encontra rejeição em todos os ambientes que frequenta. Na escola, é ridicularizada até pelas outras crianças negras, pois é quem tem a pele mais escura. Em casa, o pai a oprime e a mãe prefere dedicar seu amor à família branca para a qual trabalha. Certo dia, num acesso de desespero, Cholly bebe além da conta, bate em Pauline na frente da pequena Pecola e coloca fogo na casa da família. O serviço social da cidade de Lorain, no estado de Ohio, onde moram os Breedlove, instala temporariamente a menina na casa da família MacTeer. A adolescente Claudia MacTeer, da mesma idade de Pecola, é a narradora de "O olho mais azul" e uma espécie de alter-ego da autora. É Claudia quem organiza as histórias de vida dos personagens, fazendo com que o ponto de convergência seja a trajetória de Pecola. Nos Estados Unidos da década de 40, época em que se passa a história, o padrão de beleza é exatamente o oposto daquele que a menina ostenta. Garotas negras e pobres, como ela, costumavam ganhar de presente bonecas brancas de olhos azuis e tomar leite em canecas estampadas com o rosto da atriz-mirim Shirley Temple. Todas as noites, a pequena Pecola reza para ter olhos azuis - num delirante e inconsciente desejo de redenção e ascensão social. Toni Morrison escreveu "O olho mais azul" entre 1962 e 1965. A história guarda uma íntima correspondência com a biografia da autora. Como ela mesma afirma, "o livro é uma tentativa de dramatizar a opressão que o preconceito racial pode causar na mais frágil das criaturas: uma criança negra do sexo feminino." Toni Morrison foi a primeira mulher negra a ganhar o Nobel de Literatura, em 1993.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Madame Bovary - Gustave Flaubert


Madame Bovary é o romance precurssor do Realismo europeu, polêmico em sua época, considerado imoral, chegando Flaubert a ser processado pelo governo francês. É uma narrativa que conta a história de Emma Bovary, uma mulher sonhadora e fútil, que aficcionada leitora de romances, se deixa influenciar e alienar pelas ideias românticas. Emma se casa com Charles Bovary, viúvo, médico medíocre e provinciano. O casal fixa residência na província de Tostes, porém depois de uma grande festa no luxuoso castelo de Vaubyssard, Emma deslumbrada com o luxo e a riqueza que passavam longe da sua rotina ao lado do acomodado Charles, ela convence o marido a mudarem-se para Yonville. Lá ela engravida e tem uma menina, que é entregue aos cuidados da ama-de-leite Rollet. Passam a frequentar a casa dos Bovary, o farmacêutico Homais e Leon, estudante de direito que nutre uma atração por Emma. Leon, com medo de não ser correspondido em seu amor impossível, muda-se para Paris. Sua partida entristece enormemente Emma, que se sente só e entediada. Logo Emma conhece Rodolphe, um aristocrata decadente que vive num castelo próximo a Yonville. Emma inicia um caso de amor com Rodolpe, os encontros secretos são no castelo. Mas logo o romance acaba e ela volta a sofrer, inclusive adoecendo. Tempos depois Emma reencontra Leon em Ruão e desta vez eles vivem uma história de amor. Emma passa a presentear o amante com roupas e presentes caros, endividando-se ao ponto de não conseguir saldar as promissórias. O comerciante Lheureux, a quem Emma deve, resolve cobrá-la judicialmente. Ela pede ajuda ao ex-amante Rodolphe e ao amante Leon. Nenhum deles a socorre. Desesperada numa última tentativa, Emma procura o tabelião Guillaumin para evitar a penhora da casa dela. Inútil, o tabelião ainda tenta seduzí-la. Sem saída, Emma suicida-se.
Madame Bovary é o painel de uma sociedade adoecida e sem rumo, onde a crise moral estabelecida gera a insatisfação do indivíduo que busca um sentido para a futilidade da existência.

Jane Eyre - Charlotte Brontë

Jane é uma órfã que mora com uma tia que a detesta. Após uma briga, Jane é mandada para uma escola, onde vislumbra alguns instantes de felicidade. Lá ela permanece seis anos como aluna e dois anos como professora. Decide então procurar um novo trabalho e dar um rumo diferente para sua vida. Encontra a oportunidade em Thornfield Hall, como preceptora de Adèle, a pupila de Edward Rochester. Demora um pouco para ela e o proprietário se conhecerem pessoalmente e quando isso finalmente acontece, apaixonam-se. Edward faz uma proposta de casamento e Jane aceita, porém no dia do evento ela descobre que Rochester já era casado com Bertha (mulher que enlouqueceu e que estava sendo mantida no sótão, escondida de todos). Jane resolve fugir, mas sem ter meios favoráveis, passa fome por alguns dias até ser amparada por John Rivers e suas irmãs. Após algum tempo ela descobre ser herdeira de um tio e também que seus salvadores são na realidade seus parentes (primos). Generosamente divide a herança com eles. Sir John resolve viajar como missionário e quer levar Jane na condição de sua esposa. Ela fica indecisa e resolve saber notícias de Edward antes de dar a resposta para o primo. Encontra-o cego, sendo cuidado por dois serviçais fiéis, pois sua propriedade foi destruída num incêndio provocado por Bertha, a "louca do sótão", cujo corpo presume-se que tenha sido consumido pelas chamas. Rochester perdeu a visão tentando salvar todos do fogo implacável, tornou-se mais humano e herói... Agora a situação mudou: Rochester está viúvo e precisando de auxílio, pois cego e sem recursos... Quem poderá se habilitar? Claro, ela mesma, Jane Eyre, que busca incessantemente o amor, o amor que sempre esteve longe de seu alcance, o amor que vai lhe redimir de todas as tristezas e infortúnios. Jane decide então casar-se com Rochester e ele volta a enxergar. A escritora britânica Charlotte Brontë enfatiza através desta obra, a emancipação da mulher e suas reais condições de trabalho e independência. O simbolismo está presente quando ela faz uma analogia entre a circunstância de Edward ter ficado cego e o fato dele ter mantido a esposa oculta, invisível. O livro é uma autobiografia de ficção do personagem principal, Jane Eyre. A obra tem influências de romances góticos e isso fica evidenciado no clima sombrio e de mistério que permeia quase todas as páginas, com exceção dos últimos capítulos. Uma história muito bonita e bem escrita, com doses de romantismo, esse livro quase causou a autora um processo judicial. Charlotte inspirou-se no Clergy Daughter's School, de Cowan Bridge, Lancashire e também na figura do diretor dessa instituição para caracterizar a escola onde viveu Jane e o diretor agressivo e rigoroso da mesma. Depois supostamente teve que escrever cartas desculpando-se e reconhecendo ter cometido excessos nas descrições. Seja como for, valeu a pena o percalço e todas as dificuldades que enfrentou, porque Jane Eyre é um clássico!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Letra Escarlate - Nathaniel Hawthorne

A ficção de Nathaniel Hawthorne, cuja sólida construção estilística fez dele o primeiro grande romancista dos Estados Unidos, apresenta os dilemas de personagens que, cerceados por uma sociedade puritana, buscam o direito à liberdade afetiva. Hawthorne desce aos segredos do subconsciente reprimido, à tensão dos impulsos contraditórios, à angústia que transita da inocência à perversidade. É um moralista da ambiguidade, estilista que se expõe em recortes autobiográficos profundos. Sua obra-prima, 'A Letra Escarlate' (1850), é um romance histórico, ambientado nos Estados Unidos do século XVII. O romance foi transposto para o cinema, obtendo grande sucesso de público e de crítica.