domingo, 20 de setembro de 2009

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...


Aparentemente, nem todas as coisas que acontecem em nossas vidas fazem sentido. Principalmente quando não ocorrem como gostaríamos. Mas o sentido está sempre presente. O problema é que a maioria das pessoas não enxerga as frustrações como parte natural do processo de amadurecimento do ser humano. Não que o sofrimento me agrade ou que eu saiba lidar perfeitamente com esse sentimento, longe disso! O que estou tentando dizer é que as frustrações, as dores emocionais, são reais e não podem ser simplesmente ignoradas. Precisamos aprender a administrar tudo isso e compreender que o sentido não desaparece porque estamos sofrendo e sim porque não sabemos como lidar com as situações adversas. O mais comum é fugir, achar uma válvula de escape e não encarar a realidade. Pode funcionar por algum tempo, mas ninguém conseguirá fugir de si mesmo a vida inteira. Outra reação comum, é transferir a culpa do que está passando para outro. Porém, não devemos esquecer que as coisas só acontecem porque nós as permitimos. E se as permitimos, é porque fizeram algum sentido para nós, foram reais. E agora, talvez seja a hora de prosseguirmos levando apenas o que ficou de bom e redescobrir o sentido em uma nova etapa, em uma nova fase, em um novo ciclo. O segredo é não parar, é encarar as perdas como o fim de uma etapa e começo de outra, pois o sentido pode estar na próxima etapa. Nada disso é fácil. Mas é necessário aceitar as perdas para recomeçar! Fernando Pessoa descreveu muito bem o que estou sentindo. Espero que vocês possam tirar proveito desses ensinamentos e que prossigam, ao passo que buscam o sentido.
H.S.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Fernando Pessoa

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é! Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!

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